Deixe estar o tempo
quando é pôr-do-sol
deixe estar, deixe!
Esquece de contar por essa vez, só?
Deixe estar a hora
quando perguntar
se já é tarde, deixe!
Esquece de sentir as engrenagens!
Deixo estar parado
quando ela sorrir
e te abraçar? Deixo?
Por que você não o faz?
Fico no seu pulso
e sinto ele correr.
Sei exatamente
quando o dia vem
pela cor do céu
Eu não conto tempo pra sorrir.
Deixe de me dar sermão,
amigo, só
deixe estar, deixe!
Conte devagar, com paciência.
Eu lhe serei grato
até acabar
a sua longa vida.
E eu vou te levar
para passear
comigo
Seja bom e eu não te deixo
de castigo.
sexta-feira, 27 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Ninguém queria, todos quiseram.
— Oi lá!
— Como vai, tudo bem?
— Ah, vamo indo, n'é?
— Pois é, tá sabendo do fim-de-semana? Tô fazendo um evento que mistura DIVERSÃO e CULTURA, a micareta SERTANEJA. A Atração da sexta é o D2, a do sábado é um grupo de tradição. Domingo a gente se reúne pra resenhar em algum lugar, cada um com seu núcleo social.
— Poxa, que evento bacana!
-----------------------------------------------------//
Bem, se vc é daqueles que não vê diversão no carnaval temporão, com calça tora-bago e chapéu, que dirá de cultura. Vá lá! Todo mundo em cima do trio! Faz parecer que o freguês quer ser mais Goiás que os goianos e mais Bahia que os baianos. Aliás, parecer é bondade. Enquanto isso a gente vai esperando um show diferente, sem ressucitar cadáveres e/ou recorrer ao apelo de misturar diferentes tribos num lugar. Pra mim isso é desculpa. Furada.
De um tempo pra cá dá-se muita importância pro lado comercial. Um cara cria um pássaro pra ser o mais o belo de sua espécie, daí quando ele tá pronto, crescido, vistoso, o cara leva o bicho pra apreciação dos entendidos. Chega lá, solta o bicho na mesa, o primeiro vem e lhe tosa o rabo, o segundo aproveita e tosa o topete, o terceiro estica o pescoço e o enrola um pouco como se tivesse passando uma tesoura no papel para fazer cachos e o quarto aproveita as penas tosadas pra fazer um arranjo na cabeça do bicho. Tudo pra vender melhor. Ninguém quis nem olhar pro pobre pássaro na sua humilde autenticidade e originalidade.
Pior, que se a gente for xingar o Promôter por causo do CULTURA a gente tá errado. Acaba sendo cultura mesmo. A gente tá cansado de ver micareta aqui em MG, rodeio então nem se fala; Eu não nego que sejam um grupo social, com práticas e ações sociais comuns aos membros – que se DIVERTEM realmente em cima do trio – além de crenças, comportamentos, valores morais, instituições e axiomas.
O foda é ter que aguentar essa porra toda sempre, só com roupa diferente.
Quando foi a vez de fazer de Divinópolis uma cidade, lá no comecinho da década de 1910-1920, ninguém queria, todos quiseram.
Pra quem não entendeu a metáfora: por enquanto, transformar arte em evento e associá-los às tags { dinheiro, sucesso, propaganda, expansão } parece uma idéia totalmente inviável aqui no Espírito Santo da Itapecerica. Se, por um acaso remoto, isso vir a ser um sucesso de retorno financeiro, vai chover de jovem querendo ser o dono da porca. Tomara.
Evento por evento, eu prefiro os de arte aos de masturbação sócio-econômica. Pelo menos a gente fica com a sinceridade e autenticidade ao invés de ser o popular de sempre que se consome sem atenção. E que seja arte de qualquer jeito, com viola, guitarra, pincel, filme, foto, sapatilha ou tutu. Cheio de gente querendo mostrar alguma coisa que fatalmente agrada e cheio de personalidade, tão mais cheio de vida e experiência do que a maioria das merdas globais, com algumas exceções, craro.
De tarde, o outono sem sombras. O sol à 95 graus em relação ao Equador deixa tudo quente, muito quente. Vou tocar teclado.
— Como vai, tudo bem?
— Ah, vamo indo, n'é?
— Pois é, tá sabendo do fim-de-semana? Tô fazendo um evento que mistura DIVERSÃO e CULTURA, a micareta SERTANEJA. A Atração da sexta é o D2, a do sábado é um grupo de tradição. Domingo a gente se reúne pra resenhar em algum lugar, cada um com seu núcleo social.
— Poxa, que evento bacana!
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Bem, se vc é daqueles que não vê diversão no carnaval temporão, com calça tora-bago e chapéu, que dirá de cultura. Vá lá! Todo mundo em cima do trio! Faz parecer que o freguês quer ser mais Goiás que os goianos e mais Bahia que os baianos. Aliás, parecer é bondade. Enquanto isso a gente vai esperando um show diferente, sem ressucitar cadáveres e/ou recorrer ao apelo de misturar diferentes tribos num lugar. Pra mim isso é desculpa. Furada.
De um tempo pra cá dá-se muita importância pro lado comercial. Um cara cria um pássaro pra ser o mais o belo de sua espécie, daí quando ele tá pronto, crescido, vistoso, o cara leva o bicho pra apreciação dos entendidos. Chega lá, solta o bicho na mesa, o primeiro vem e lhe tosa o rabo, o segundo aproveita e tosa o topete, o terceiro estica o pescoço e o enrola um pouco como se tivesse passando uma tesoura no papel para fazer cachos e o quarto aproveita as penas tosadas pra fazer um arranjo na cabeça do bicho. Tudo pra vender melhor. Ninguém quis nem olhar pro pobre pássaro na sua humilde autenticidade e originalidade.
Pior, que se a gente for xingar o Promôter por causo do CULTURA a gente tá errado. Acaba sendo cultura mesmo. A gente tá cansado de ver micareta aqui em MG, rodeio então nem se fala; Eu não nego que sejam um grupo social, com práticas e ações sociais comuns aos membros – que se DIVERTEM realmente em cima do trio – além de crenças, comportamentos, valores morais, instituições e axiomas.
O foda é ter que aguentar essa porra toda sempre, só com roupa diferente.
Quando foi a vez de fazer de Divinópolis uma cidade, lá no comecinho da década de 1910-1920, ninguém queria, todos quiseram.
Pra quem não entendeu a metáfora: por enquanto, transformar arte em evento e associá-los às tags { dinheiro, sucesso, propaganda, expansão } parece uma idéia totalmente inviável aqui no Espírito Santo da Itapecerica. Se, por um acaso remoto, isso vir a ser um sucesso de retorno financeiro, vai chover de jovem querendo ser o dono da porca. Tomara.
Evento por evento, eu prefiro os de arte aos de masturbação sócio-econômica. Pelo menos a gente fica com a sinceridade e autenticidade ao invés de ser o popular de sempre que se consome sem atenção. E que seja arte de qualquer jeito, com viola, guitarra, pincel, filme, foto, sapatilha ou tutu. Cheio de gente querendo mostrar alguma coisa que fatalmente agrada e cheio de personalidade, tão mais cheio de vida e experiência do que a maioria das merdas globais, com algumas exceções, craro.
De tarde, o outono sem sombras. O sol à 95 graus em relação ao Equador deixa tudo quente, muito quente. Vou tocar teclado.
quinta-feira, 12 de março de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
Tempo tempo tempo dia dia dia
Cochise César, que mau humor, dizer que o tempo não se comemora.
Bom, na verdade, o tempo, por si só não tem gosto nem cheiro nem cor. E sendo assim, tenho que concordar contigo. Sob esse ponto, e só.
Quando eu comemoro, além de beber, comer, reclamar, não-comemorar ou ainda anti-comemorar, meu espírito dá um grito animal, e baba um pouco, meio besta. Definitivamente é um marco.
É como uma escada - o espaço entre o anterior e o posterior fica bem delimitado: Degrau.
Pra quem não pode subir escada, inventaram a rampa.
Ou vai ver que foi o contrário, no princípio era rampa e fizeram a escada depois, pois na rampa não havia como sentar e descansar.
Bom, na verdade, o tempo, por si só não tem gosto nem cheiro nem cor. E sendo assim, tenho que concordar contigo. Sob esse ponto, e só.
Quando eu comemoro, além de beber, comer, reclamar, não-comemorar ou ainda anti-comemorar, meu espírito dá um grito animal, e baba um pouco, meio besta. Definitivamente é um marco.
É como uma escada - o espaço entre o anterior e o posterior fica bem delimitado: Degrau.
Pra quem não pode subir escada, inventaram a rampa.
Ou vai ver que foi o contrário, no princípio era rampa e fizeram a escada depois, pois na rampa não havia como sentar e descansar.
Jooooooovem
A juventude, meu amigo
é uma virtude que nos vêm
sem esforço algum, fazer
E eu posso dizer sem perigo
que cuidar da juventude
sendo jovem para sempre
é que dá um trabalhão.
Honrar o contrato
e não ser só mais um
que vive a vida para nada
ouvi, vê, pra tudo tem um.
é uma virtude que nos vêm
sem esforço algum, fazer
E eu posso dizer sem perigo
que cuidar da juventude
sendo jovem para sempre
é que dá um trabalhão.
Honrar o contrato
e não ser só mais um
que vive a vida para nada
ouvi, vê, pra tudo tem um.
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